Celebrar-se-á, no próximo dia 14 de fevereiro o Dia dos Namorados. Embora a Igreja Católica tenha deixado de festejar este santo em 1969, certo é que, um pouco por todo o mundo, este passou a ser conhecido como o Dia de S. Valentim.
Lê AQUI mais informação sobre este assunto.
Sabes o que dizia Fernando Pessoa (heterónimo Álvaro de Campos) sobre as cartas de amor? Ora ouve este poema:
Lê agora estes pequenos excertos de cartas de amor de homens célebres:
“Anjo, acabo de saber que há correio todos os dias. Tem calma, ama-me – hoje – ontem. Que saudades em lágrimas por ti. Tu, a minha vida, meu tudo, até breve. Oh, ama-me sempre, nunca duvides do meu coração fidelíssimo. Do teu amado."
(Ludwing Van Beethoven, 1770-1827, carta nunca enviada para a sua amada imortal)
“Oh, como gostaria de passar metade do dia ajoelhado aos teus pés, com a cabeça no teu regaço, sonhando belos sonhos, contando-te os meus pensamentos em langor, em enlevo, por vezes em silêncio, mas beijando o teu robe!... Ó minha bem amada Eva, luz dos meus dias, luz das minhas noites, minha esperança, minha adorada, minha inteiramente amada, minha única querida, quando te verei? (…) Um beijo, meu anjo da terra, um beijo saboreado lentamente, e boa noite! "
(Honoré de Balzac , 1799-1850, para a Condessa Ewelina Hanska, sua amante e mais tarde sua mulher)
“Minha querida Kitty: cheguei são e salvo, excepto pelo vazio do meu coração, que tu provocaste, como uma querida e encantadora desmazelada que és. (…) Estou sentado sozinho e solitário no meu quarto (dez da noite, depois do teatro) e daria um guinéu por uma carícia da tua mão.”
(Laurence
Sterne, 1713-1786, para Catheriine Fourmantel, sua amante)
“Não vais acreditar na saudade que me possui. A razão principal é o meu amor e o facto de não me habituar a estarmos tão longe um do outro. (…) Os meus passos levam-me, verdade seja dita, ao teu quarto, mas não te encontrando aí, regresso de coração triste e desconsolado, qual amante rejeitado. Pensa tu o que tem sido a minha vida, quando só encontro o meu repouso na labuta, e o meu consolo no infortúnio e na angústia. Adeus.”
(De
Plínio, o Novo, 61 D.C. – 112 D.C, para Calpurnia, sua mulher)
“Minha adorada noiva: (…) São sempre difíceis de acabar as minhas cartas – porque não ouso escrever os finais como os sinto. J'ai peur de vous effaroucher. E depois da sua proud reserve assusta-me um pouco. E assim só digo que te adoro, meu querido amor.”
(Eça
de Queirós, 1845-1900, para Emília de Castro Pamplona, sua noiva e futura
mulher)
“Meu querido Bebezinho: Não te admires de certo laconismo nas minhas cartas. As cartas são para as pessoas a quem não interessa mais falar: para essas escrevo de boa vontade. À minha mãe, por exemplo, nunca escrevi de boa vontade, exactamente porque gosto muito dela. Quero que sintas isto, que saibas que eu sinto e penso assim a este respeito, para não me achares seco, frio, indiferente. Eu não o sou, meu Bebezinho, minha almofadinha cor-de-rosa para pregar beijos (que grande disparate!) Mando um meiguinho chinês. E adeus até amanhã, meu anjo. Um quarteirão de milhares de beijos do teu, sempre teu. Fernando. "
(Fernando Pessoa, 1888-1935, para Ofélia Queiroz)
in
DOYLE, Ursula - Cartas de Amor de Grandes Homens. Lisboa: Bertand Editora,
2009
Aceita agora o desafio de procurares um poema sobre o amor/a amizade de um autor português ou estrangeiro e fazer um podcast com esse poema! Deves referir o autor do poema no teu podcast. Se quiseres, podes também gravar um poema da tua autoria (no final refere apenas o teu primeiro nome).
Envia, até ao dia 25 de fevereiro, o teu podcast em formato mp3 ou mp4 para o/a teu/tua professor/professora de Português para veres o teu trabalho publicado aqui no blogue.
Participa!
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