segunda-feira, 22 de março de 2021

22 de março - Dia Mundial da Água- 2.º e 3.º ciclos

Dia Mundial da Água é celebrado anualmente no dia 22 de março com o objetivo de chamar a atenção para a importância da água doce e defender uma utilização e controlo sustentáveis dos recursos de água potável.

O dia 22 de março foi proclamado como o Dia Mundial da Água através da Resolução 47/193 adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas de 22 de dezembro de 1992.

Este ano  vamos refletir em conjunto sobre o que água significa para nós, o seu verdadeiro valor e o modo como podemos proteger este recurso precioso. 

Vê este pequeno vídeo, criado pela ONU, em 2016, no âmbito do Dia Mundial das Florestas (comemorado ontem) sobre a importância das árvores e das florestas para a existência de água potável:

 

Vê aqui a curta-metragem «Aquametragem» (6 m), realizada por Marina Lobo e vencedora do prémio da categoria "Proteger o nosso planeta", no Festival de Filmes ODSs em Ação, da Organização das Nações Unidas. Pretende sensibilizar o público para uma mudança de comportamentos no modo de consumo da água e para um uso eficiente deste bem.



Vê aqui um documentário da Netflix «World's Water Crisis», sobre o problema mundial que envolve este bem tão precioso (18 m, com legendas em português). 


Lê aqui alguns poemas sobre a água:

Lição sobre a água 

Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.

É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, ácidos, base e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.

Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.

António Gedeão

No alto mar
A luz escorre
Lisa sobre a água.
Planície infinita
Que ninguém habita.

O Sol brilha enorme
Sem que ninguém forme
Gestos na sua luz.

Livre e verde a água ondula
Graça que não modula
O sonho de ninguém.

São claros e vastos os espaços
Onde baloiça o vento
E ninguém nunca de delícia ou de tormento
Abre neles os seus braços.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Prendei o rio

Prendei o rio
Maltratai o rio
Trucidai o rio
A água não morre
A água que é feita
de gotas inermes
Que um dia serão
Maiores que o rio
Grandes como o oceano
Fortes como os gelos
Os gelos polares
Que tudo arrebentam.

Manuel Bandeira

Os  rios 

Os rios que eu encontro
vão seguindo comigo.
Rios são de água pouca,
em que a água sempre está por um fio.
Cortados no verão
que faz secar todos os rios.
Rios todos com nome
e que abraço como a amigos.
Uns com nome de gente,
outros com nome de bicho,
uns com nome de santo,
muitos só com apelido.
Mas todos como a gente
que por aqui tenho visto:
a gente cuja vida
se interrompe quando os rios.

João Cabral de Melo Neto

Nossa sabedoria é a dos rios.
Não temos outra.
Persistir. Ir com os rios,
onda a onda.
Os peixes cruzarão nossos rostos vazios.
Intactos passaremos sob a correnteza
feita por nós e o nosso desespero.
Passaremos límpidos.
E nos moveremos,
rio dentro do rio,
corpo dentro do corpo,
como antigos veleiros.

Carlos Nejar

O rio

O que me agrada no rio,
o que melhor me convém
nas suas águas de cio
e de tristeza também

é a cantiga de quem
viaja por desfastio,
sem saber que o mar além
seja distante ou vazio.

O rio não perde o fio
de tempo que vai e vem
entre a nascente e o cicio
da foz que sempre contém

o que se quer como um bem
que, sendo embora tardio,
é sombra de peixe e tem
seu melhor tempo no rio.

Gilberto Mendes Teles



Boas leituras!


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