sábado, 21 de março de 2015

Ciência na Biblioteca

CIÊNCIA NA BIBLIOTECA

A propósito do Dia Mundial da Floresta… os LÍQUENES
      
Frequentemente associa-se este dia às árvores e à sua proteção, mas a floresta é muito mais! É o habitat de uma diversidade de seres vivos, visíveis ou não, alguns até esquecidos ou desconhecidos. Todos estes elementos são elos de uma cadeia e cada um é imprescindível para a integridade e equilíbrio da floresta. Nessa imensidão de seres vivos destacamos os líquenes.
Os líquenes são associações de algas microscópicas com hifas de fungos, vivendo em simbiose. É o verdadeiro “dois em um”, dois seres que vivem numa dependência mútua: a alga fixa o carbono do ar, graças à fotossíntese, sintetizando hidratos de carbono que fornece ao fungo; o fungo elabora substâncias proteicas necessárias ao rápido crescimento das algas, a que se junta a defesa contra agentes exteriores.


















Os líquenes, cuja resistência às condições adversas é notável, prosperam sobre a casca das árvores, folhas, solos e rochas, podem apresentar múltiplas colorações (verde, amarela, laranja, preta, etc.) e formas (ramificada, de talo, em placa aderente ao substrato, escamosa). Contudo, são extremamente sensíveis à poluição, funcionando como um filtro biológico que retém todos os elementos da atmosfera, nomeadamente os poluentes, que impedem o seu crescimento, daí serem utilizados como bioindicadores da qualidade do ar de um local.

Os líquenes desempenham importantes funções: fertilização dos solos, colonização de ambientes adversos, criando condições para a instalação de outras comunidades vegetais e animais, alimento para o gado nas regiões árticas e produção de farinha para pão e bolachas. Alguns líquenes tóxicos eram utilizados no centro e norte da Europa para envenenar pequenos animais, como lobos e raposas. A grande parte dos líquenes não é tóxica e apresenta propriedades terapêuticas, sendo utilizados como antitússicos, antibióticos e antifúngicos. De alguns deles são extraídos corantes e substâncias para a indústria da perfumaria. Quando vivem nos troncos e ramos de árvores, destroem a casca, prejudicando o desenvolvimento das mesmas.

Para saberes mais:
História Natural, vol. 7. Edições Zairol (1989)

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