CIÊNCIA NA BIBLIOTECA
A
propósito do Dia Mundial da Floresta… os LÍQUENES
Frequentemente
associa-se este dia às árvores e à sua proteção, mas a floresta é muito mais! É
o habitat de uma diversidade de seres vivos, visíveis ou não, alguns até
esquecidos ou desconhecidos. Todos estes elementos são elos de uma cadeia e
cada um é imprescindível para a integridade e equilíbrio da floresta. Nessa
imensidão de seres vivos destacamos os líquenes.
Os líquenes são associações de algas microscópicas com
hifas de fungos, vivendo em simbiose. É o verdadeiro “dois em um”, dois seres
que vivem numa dependência mútua: a alga fixa o carbono do ar, graças à
fotossíntese, sintetizando hidratos de carbono que fornece ao fungo; o fungo
elabora substâncias proteicas necessárias ao rápido crescimento das algas, a
que se junta a defesa contra agentes exteriores.
Os líquenes, cuja resistência às condições adversas é notável, prosperam sobre a casca das árvores, folhas, solos e rochas, podem apresentar múltiplas colorações (verde, amarela, laranja, preta, etc.) e formas (ramificada, de talo, em placa aderente ao substrato, escamosa). Contudo, são extremamente sensíveis à poluição, funcionando como um filtro biológico que retém todos os elementos da atmosfera, nomeadamente os poluentes, que impedem o seu crescimento, daí serem utilizados como bioindicadores da qualidade do ar de um local.
Os
líquenes desempenham importantes funções: fertilização dos solos, colonização
de ambientes adversos, criando condições para a instalação de outras
comunidades vegetais e animais, alimento para o gado nas regiões árticas e
produção de farinha para pão e bolachas. Alguns líquenes tóxicos eram
utilizados no centro e norte da Europa para envenenar pequenos animais, como
lobos e raposas. A grande parte dos líquenes não é tóxica e apresenta
propriedades terapêuticas, sendo utilizados como antitússicos, antibióticos e
antifúngicos. De alguns deles são extraídos corantes e substâncias para a
indústria da perfumaria. Quando vivem nos troncos e ramos de árvores, destroem
a casca, prejudicando o desenvolvimento das mesmas.
Para
saberes mais:
História
Natural, vol. 7. Edições Zairol (1989)
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